Um tema que tem despertado a curiosidade das pessoas atualmente é o aeróbico em jejum, todos querem saber se realmente funciona ou se é mais um assunto “modinha”.
Como para alguns a ideia de se fazer qualquer coisa em jejum ainda é um grande tabu, fomos buscar nas evidências e pesquisas científicas o que existe de verdade sobre o assunto. Os pesquisadores Karen Proyen e De Bock chegaram a algumas conclusões interessantes:
Para ambos, o aeróbico em jejum funcionou como uma forma de induzir nosso aparelho enzimático a trabalhar melhor, oxidando (queimando) a gordura de forma otimizada através de um estresse metabólico.
Outro fator observado foi o aumento da produção de catecolaminas (dopamina e outros neurotransmissores) e a melhora substancial à sensibilidade a insulina, criando uma situação que permite a gordura, principalmente a gordura localizada a “escapar” da célula de forma mais fácil e rápida.
Os benefícios do aeróbico em jejum estavam diretamente relacionados com a intensidade às quais os indivíduos foram submetidos. Em linhas gerais, àqueles que praticaram o aeróbico em jejum em intensidade leve ou moderada puderam usufruir das condições metabólicas ditas como ideais para a otimização dos resultados, já os indivíduos que praticaram o aeróbico em jejum em alta intensidade experimentaram além de um comprometimento da massa muscular, uma piora de performance na execução do exercício.
Também foi verificado um aumento do fluxo sanguíneo em regiões pouco irrigadas. Leve a palma da sua mão até o seu bumbum e vai perceber que ele está um pouco frio, certo? Isto acontece porque o fluxo sanguíneo para os glúteos, assim como em outras áreas que se acumulam a gordura localizada são menos irrigadas por nossa corrente sanguínea. Desta forma, a gordura nestas regiões fica muito mais comprometida e de difícil queima ou oxidação. Logo, o aeróbico em jejum auxilia especificamente na queima da gordura localizada, àquela que normalmente é a última que perdemos.
Adicionalmente, foi observado um comprometimento do VO2 máximo (consumo de oxigênio) naqueles que praticaram o aeróbico em jejum em alta intensidade, o que impactou negativamente nos seus resultados de performance.
Concluindo, o Aeróbico em Jejum é para Você?
- Indivíduos com sobrepeso - O aeróbico em jejum terá o efeito bem parecido com o aeróbico tradicional, uma vez que é necessário a queima da gordura subcutânea regular, antes de se preocupar com a gordura localizada de difícil oxidação.
- Busca por desempenho – Para uma melhora nas atividades cardiorrespiratórias, o aeróbico em jejum não é a melhor estratégia.
- Indivíduos com gordura localizada - Se você já possui um percentual de gordura mais baixo e seu objetivo é atingir a camada de gordura localizada e remanescente, o aeróbico em jejum é especialmente indicado para você.
- Indivíduos no Platô – Se você se encontra em um período prolongado sem progresso ou perda de gordura, o aeróbico em jejum pode funcionar como um excelente estímulo.
Lembre-se, para obter os melhores resultados do aeróbico em jejum, a atividade deve ser de intensidade baixa a moderada.
Referências:
De Bock - ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18276898